A certificação de arquiteto é o último nível a ser alcançado dentro todas as certificações Java.

Um arquiteto Java EE seria capaz de definir a base tecnológica de um sistema em Java atendendo os requisitos não funcionais (segurança, escalabilidade, desempenho, disponibilidade, etc.) dentro das restrições do projeto.

Os requisitos são:

  • Ter certificação inicial como Programador Java
  • Ter pelo menos uma das certificações intermediárias, tais como: Componentes Web (JSP e Servlets), Enterprise Java Beans (EJBs), Desenvolvedor Java e outros.

Entretanto, o processo para concluir essa certificação não é tão simples como as demais.

Se você tem pretensão de atingir este nível, arranje tempo e prepare o bolso.

Em primeiro lugar, são três fases: uma prova, um projeto e um questionário sobre o projeto. Todos em Inglês. Cada um deve ser pago separadamente (uns 300 e poucos reais).

Além disso, dependendo do seu nível de experiência com Java, você terá que estudar diversos materiais.  Entre as bibliografias que eu recomendaria estão:

  • Design Patterns do GoF
  • Core JEE PAtterns (2ª ed.)
  • SCEA for Java Study Guide (2ª ed.)

Porém, a lista contempla apenas a primeira fase, ou seja, a prova. Esta contém 64 questões e deve-se obter pelo menos 60% de aproveitamento. Em geral as questão contém um cenário específico e você deve identificar a melhor solução para o dado cenário.

Em nenhuma das fases é necessário conhecer as APIs em detalhes, como decorar tags, métodos e itens do Deployment Descriptor, mas deve-se ter conhecimento abrangente das APIs e suas respectivas capacidades, aplicabilidades, vantagens e desvantagens. As principais APIs são: JSP, Servlet, JSF, EJB 3.0, JPA, JMS, JAX-WS (é bom saber o básico sobre JAXB, JAXR e StAX), JAAS, SAAJ e JMX. Então já se prepare para estudar ainda outros materiais diferentes.

A segunda fase consiste em propor uma arquitetura para um sistema fictício atendendo os requisitos não funcionais propostos. A modelagem pode ser feita usando UML e sua correta utilização conta na nota. Para quem possui relativa experiência com UML e passou a fase anterior, este passo deve ser mais fácil, pois são requeridos apenas quatro diagramas (classes, componentes, deployment e sequência ou colaboração).

Na terceira e última fase você responde a um questionário com 8 questões abertas sobre a segunda fase, de forma a provar que foi você quem fez a arquitetura e verificar se suas decisões de projeto foram tomadas conscientemente (por exemplo, a API X foi usada para atender o requisito de desempenho ainda que sacrificando a manutenibilidade). Esta fase é a mais fácil, desde que você tenha realmente feito o projeto e consiga se expressar em Inglês.

Enfim, é um longo caminho (principalmente na primeira fase), correspondendo tanto monetariamente quanto em dificuldade à quase 3 certificações distintas.

Para saber mais, veja a página oficial.


Update:

Desde o ano passado, a Oracle definiu que seria obrigatório realizar um curso, dentre alguns reconhecidos por ela, além de passar nas 3 fases da certificação de arquiteto. Isso não me casou tanta surpresa, já que as demais certificações dessa empresa dependem de cursos.

Porém, todavia, entretanto, contudo… não considero justo obrigar profissionais que usam uma determinada tecnologia, software ou ferramenta diariamente, enfim, conhecem todos os detalhes, a pagar pelo curso para obter um certificado, o qual obteriam sem nenhum problema apenas estudando por conta, como é o meu caso.

Sei que estou advogando em causa própria, mas fica aqui o meu singelo protesto.