Atenção: este artigo contém teor político e opinativo. Se você tem estômago fraco, pare de ler agora.


Quinta-feira, 3 de abril de 2014.

A Fundação Mozilla anuncia a renúncia de seu CEO, Brendan Eich, menos de suas semanas após assumir o cargo.

Brendan é, nada mais, nada menos que o criador da linguagem Javascript e cofundador do projeto Mozilla e da Fundação Mozilla. Mas, apesar de seu impressionante histórico profissional e várias contribuições para a comunidade de código livre, isso não foi suficiente para suportar sua permanência como CEO.

Como noticiou o Fox News, houve uma grande pressão por parte de alguns funcionários e muitos comentários no Twitter porque em 2008 Brendan doou mil dólares em apoio à Proposition 8, uma proposta de emenda constitucional para defender que “apenas casamentos entre um homem e uma mulher sejam válidos ou reconhecidos na Califórnia”.

Não, você não leu errado. Vou traduzir: alguns ativistas gays não suportaram a ideia de trabalhar para alguém que pensa diferente e há 6 anos fez com seu dinheiro pessoal algo eles não aprovam.

E a coisa fica pior. Artigos desastrados, tentando justificar o ocorrido, chegam a afirmar que “a posição de Eich era inaceitável no Vale do Silício, uma região do mundo dos negócios onde o liberalismo social está próximo de uma ideologia universal”.

Traduzo novamente: você é inaceitável para exercer um cargo a menos que seja um liberal e, consequentemente, defenda o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Comentários pessoais

Escrevi este artigo porque este é apenas um dos muitos casos de intolerância invertida ocorrendo no mundo. As supostas vítimas perseguem e atacam o “intolerante”. Então se uma empresa tem a maioria de funcionários conservadores ela tem o direito de demitir o chefe porque ele é um liberal?

Eu sou cristão, politicamente de direita, contra o socialismo e o assistencialismo, defensor do ensino em casa (homeschooling), defensor da criação de filhos com palmadas e por aí vai. Nem por isso julgo a capacidade profissional, o intelecto ou o caráter de meus colegas por suas convicções pessoais que certamente são diferentes e diversificadas, nem uso de estratagemas para prejudicá-los.

Pessoalmente, não tenho problemas em conviver como líder ou liderado por pessoas que pensam diferente. Faz parte da maturidade e da ética de cada ser humano ter cuidado em como declarar suas convicções pessoais para não ofender aos demais. O problema é que, no mundo em que vivemos, a recíproca parece não ser verdadeira. Logo serei eu a renunciar porque alguém vai vasculhar a internet atrás de algum comentário “polêmico” que eu tenha feito para me desmoralizar.

Vivemos num mundo de cabeça para baixo, onde filhos tentam dominar os pais, alunos aos professores, bandidos aos policiais e as minorias às maiorias. A sociedade está indo para um caminho perigoso. Qualquer que se sente vítima, ofendido por qualquer motivo, acha-se no direito de atacar quem quer que seja. Gente grande que é bom tá em falta.

Eu sou a favor da liberdade, mas não apenas dos liberais. Sou a favor de que sejamos livres, você e eu também.

Exercendo o meu direito de não mais usar o Mozilla Firefox

Por enquanto, posso apenas exercer meu direito e não usar mais o Firefox, além de democraticamente emitir a minha opinião e convidar você a fazer o mesmo.

Não apoie uma instituição que discrimina seus funcionários por suas convicções pessoais.

Não participe de grupos e discursos do fascismo liberal, que não suporta nada a não ser suas próprias ideias.

Desinstalando FF em 3… 2… 1…